
Lembro que, no dia 1º de maio de 1994, estava vendo a corrida. No sábado anterior havia morrido um jovem piloto, Barrichelo sofrera um acidente grave, mas tudo estava bem.
Ele finalmente estava liderando uma prova com chances de vitória, vitória essa que lhe escapara no Brasil. Quando, derrepente seu carro vira para a direita, inexplicavelmente e choca-se contra um muro de concreto.
As imagens não me são tão nítidas, mas lembro de rodopios e o bólido se desmanchando e momentos para imóvel a margem da pista. Sua cabeça move de lado, penso, tudo está bem, eleva sair dessa, já tinha visto outros acidentes em corridas antes, ele mesmo havia sofrido alguns. Lembro de um que seu carro ficou de cabeça para baixo e ele saiu ileso.
Começa a chegar o socorro. E ele nada de sair do carro.
Até aquele momento eu assistira a corrida sozinho, melhor dizendo, eu e meu enteado Daniel, mas após o acidente minha família fica em volta da tv. Torço para que tudo corra bem, não só eu mas muitos dos que naquela, manhã de domingo, cumpriam o ritual de assistir o melhor programa de tv - corrida de fórmula 1, novamente com ele podendo ser campeão e se igualar ao francês de nariz torto.
Seu corpo foi retirado do carro. Foi difícil ter que admitir que havia sangue sobre sua roupa, Daniel me disse isso alguns segundos antes, sua irmã também, minha ex-mulher idem. Só eu me recusava a ver o que de fato estava acontecendo.
Seu corpo foi colocado num helicóptero e levado para o hospital. Pensei comigo, tá tudo bem, ele vai sair dessa, ele é um vencedor, é só mas um pequeno obstáculo.
O tempo passou, a corrida terminou e foi ganha pelo alemão, que seria o campeão naquele ano. O reporte Roberto Cabrine entrou algum tempo depois dizendo o que eu e muitas pessoas espalhadas pelo mundo não queriam ouvir.
Morreu Airton Senna da Silva.
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