
Deixando de lado o grego Éolo, o deus dos ventos, uma vez que os ventos em questão aqui são outros. Não aqueles que movem turbinas ou causam vendavais usando todo o poder de sua energia eólica.
Os ventos aos quais me refiro são aqueles causados pelas flatulências alheias e muitas vezes as nossas também, afinal todo multa solta os seus puns, como disse certa vez Reginaldo Rossi em entrevista a Xuxa a alguns anos atrás (puro pleunasmo).
Conversando com meu amigo José Acaci, que é autor do célebre cordel "Antologia do Peido", sendo ele também poeta, cordelista, compositor, cantor, escritor, professor, violeiro, promotor da cultura (não necessariamente nessa ordem, pois depende do momento) vimos que além do seu, grande é a quantidade de cordéis que tratam do assunto PEIDO (em caixa alta mesmo, pois alguns tem um som alto), é um assunto que permite muitas interpretações.
Então, pesquisando na internet e em outras publicações, descobri que o dito cujo é cultura e acredito que encontrei coisas que meu amigo Acaci talvez não saiba.
Por sua causa já houve luto e ódio entre nações, massacres mesmo, peças de teatro foram escritas – isso mesmo, autores como: Dante, Shakespeare, Victor Hugo, Twain, Balzac, etc. usaram o dito cujo como recurso em suas obras.
O PEIDO (como explicado acima, prefiro grafá-lo todo em maiúsculo) já foi proibido em igrejas católicas, mas também teve suas divindades, sendo ele reverenciado em algumas culturas. Os romanos consagravam suas latrinas à deusa Cloacina e seus gases a Crepitus, já os moabitas, um povo do antigo oriente médio, reverenciavam a divindade Bel-Phegor, que segundo a sua crença zelava pela boa saúde de seus sistemas digestivos e como forma de adoração e louvor a esse poderoso deus abaixavam suas roupas em pleno templo e ofertavam-lhe os gases vindos do seu interior. Sim, é isso mesmo. Os moabitas viravam-se de costas para o altar e soltavam puns, acredito até que os mais sonoros eram mais encorajados, pois acreditavam que dessa forma, Bel-Phegor os protegeria de hemorróidas e úlceras.
Já ouvir falar até de uma competição de peidos, em um determinado lugar, em que o que era avaliado o som emitido, a duração e a intensidade dos ditos, e a desistência dos atletas se dava pela falta de gases, sendo que o último peidão era o campeão do evento. Fico a imaginar qual é o tipo de preparo físico desses esportistas...
Faço minhas as palavras contidas no final da reportagem da revista Superinteressante, edição 185 de fevereiro de 2006: “Em resumo, peidos são parte da nossa natureza (e, para o bem ou para o mal, da nossa história, da nossa cultura, da nossa arte). Gostemos ou não do cheiro, temos que aprender a conviver com eles. Não há vida sem puns”.
Quem quiser ver a reportagem inteira, cliquem no link abaixo ou colem no seu navegador, com certeza o artigo merece uma leitura caprichada.
http://super.abril.com.b r/super2/superarquivo/2003/conteudo_1211 71.shtml
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