
Todo final de mês é assim. Pego as contas, somo tudo o que devo, vejo quanto vou receber e começo a definir quais pagamentos posso adiar ou não. É uma das mais complexas operações que preciso fazer mês a mês.
Fica difícil entender como o brasileiro consegue chegar ao final do mês se seu salário mal chega na primeira semana do mês seguinte. Mas, parafraseando Euclides da Cunha, o brasileiro é um forte. Ele consegue fazer com que seu salário consiga alcançar o final do mês, ou na melhor das hipóteses, consegue fazer com que seus credores esperem mais um pouco.
Eu tenho um conhecido que vem me pagando R$ 1.200,00 em suaves parcelas nos últimos três anos. Pois é não cobro juros nenhum, ele me paga, periodicamente, quanto tem dinheiro sobrando. O que posso fazer? Se reclamo ele pode até deixar de pagar? O melhor é torcer para que ele quite sua dívida para comigo, assim poderei quitar com os meus credores também.
E assim, como a maioria dos brasileiros vou chegando no final do mês, fazendo os cálculos do que posso, do que devo, do que é essencial pagar e do que posso deixar para depois. E que o padroeiro dos endividados nos proteja a todos dos credores que nos temos ofendido sem pagar o que devemos. Creio que todos queremos pagar mas...